AFUNDAMENTO DO USS INDIANAPOLIS – ótica Americana
CA 35 - USS Indianápolis capitânea da Quinta Frota Americana, sob o comando do Almirante Spruance, seu afundamento resultou na maior perda de vidas ocorrida em um único naufrágio na história da Marinha dos EUA.
Missão
Após revisão efetuada em território continental, quando do retorno as operações, recebeu ordens de transportar a Ilha de Tinian partes e peças (inclusive a carga de urânio enriquecido) da bomba atômica “Little Boy”. Partiu San Francisco em 16 de julho de 1945, passando por Pearl Harbor (19 de julho) chegando a Ilha de Tinian em 26 de julho.
Naufrágio
Em 28 de julho, já em Guam, partiu para juntar-se a Frota nas Filipinas. A 30 de julho aos 00:14 horas, foi atingido na proa por dois torpedos “Tipo 95” (segundo fontes japonesas - três) disparados pelo submarino I-58. As explosões causaram danos maciços e incendio afundando-o em doze minutos. Aproximadamente 300 dos 1.196 tripulantes afundaram com o navio, os sobreviventes ficaram a deriva.
Resgate
A Marinha não tomou conhecimento do naufrágio até os sobreviventes serem avistados, 2 de agosto, por um avião patrulha que lançou um bote salva-vidas e um rádio bem como solicitou unidades aéreas e de superfície para resgate local.
Um PBY “Catalina” foi enviado para fazer um relatório local e a caminho sobrevoou o DE 368 USS Cecil J. Doyle alertando seu capitão (futuro secretário da Marinha Americano W. Graham Claytor, Jr.). Sem aguardar ordens, Claytor dirige-se ao local.
Chegando horas antes do USS Doyle, a tripulação do PBY lançou balsas e suprimentos porem, avistando homens sendo atacados por tubarões, desobedeceu as ordens e pousou em mar aberto, iniciando o resgate. Com o avião lotado, sobreviventes foram amarradas às asas, utilizando-se os cabos dos pára-quedas (o peso avariou o aparelhou de tal forma que este não conseguiu voltar a voar, sendo afundado por forças americanas). Esta ação possibilitou o resgate de 56 homens.
O USS Doyle, primeiro navio a chegar ao local, já em total escuridão e avistando o PBY pousado foi obrigado a parar para evitar atingir os sobreviventes. Iniciando o resgate e desconsiderando a segurança do navio o Capitão Claytor apontou seu holofote para o céu noturno servindo de farol para outras embarcações. Esta luz foi, também, a primeira indicação para a maioria dos sobreviventes da chegada das equipes de resgate.
Os DD Helm , Madison e Ralph Talbot juntamente com os DE Dufilho, Bassett e Ringness juntaram-se a operação e continuaram as buscas até 8 de agosto. Dos, aproximadamente, 880 sobreviventes do naufrágio, 321 foram resgatados sendo que apenas 317 sobreviveram.
Ao contrário da versão amplamente difundida, não foi o ataque dos tubarões a maior causa da perda de tripulantes pois os náufragos desde o início sofreram com a falta de comida e água e, pelo tempo de exposição aos elementos, de hipotermia, desidratação, hipernatremia, fotofobia, fome, demência grave, descamação, envenenamento por sal e, em alguns casos, suicídio devido a delírio e alucinações.
Inquérito
A 22 de julho de 1945 a “Fleet Radio Unit, Pacific (FRUPAC)” decodificou informe que submarinos japoneses destinavam-se as Filipinas. O FRUPAC alertou o Comando das Forças Navais do Pacifico (CINCPAC) porem o mesmo considerou a informação confidencial e não as repassa aos navios na região.
A movimentação dos navios era monitorada em “Plotagem” onde a origem / posição / destino eram indicadas em placas atualizadas no comando da Frota, simultaneamente, em Guam e nas Ilhas Marianas. Porem para navios de grande porte como o Indianapolis, assumia-se que chegariam a seus destinos no tempo, a não ser que relatassem o contrário. Por conseguinte, as suas posições eram baseadas em previsões, e não em relatorios.
Assim em 31 de julho, data prevista da chegada a Leyte, o Indianapolis foi simplesmente removido do controle de Guam.
O quartel general da Ilhas Marianas, também baixou o controle obedecendo ordens do Tenente Stuart B. Gibson oficial responsável por controlar os movimentos do Indianapolis pois este “presumiu” sua chegada a Leyte, apesar de ciente da ausência de comunicado da chegada do navio na data / horário, optou por não investigar o assunto.
Apesar da versão oficial não admitir inicialmente o Indianapolis enviou chamada de socorro ele enviou-as sendo que três estações a receberam no entanto, nenhuma ação foi tomada pois o comandante de uma das estações estava bêbado, outro havia ordenado a seus homens para não perturbá-lo e uma terceira julgou que era uma armadilha japonesa. Durante muito tempo, a Marinha negou a ocorrência da chamada de socorro que foi conhecida apenas após a liberação, no pós guerra, de registros classificados.
Capitão Charles McVay
Comandante do navio desde novembro de 1944, sobreviveu ao naufrágio e, em novembro de 1945, sofreu corte marcial sendo condenado por "haver arriscando o navio ao não ordenar uma rota em ziguezague... e por falhas em ordenar, a tempo, o abandono do navio... ". Contudo as ordens recebidas indicam que as ordens de McVay foram para "... ziguezague, a seu critério, se o tempo permitir ...".
Mochitsura Hashimoto, comandante do I-58 , testemunhou que a ação de ziguezague não teria feito nenhuma diferença no resultado da ação.
A sentença do Comandante McVay foi enviada a homologação do Almirante Chester Nimitz que além de comutá-la restaurou-o ao serviço. McVay aposentou-se em 1949 como uma contra-almirante. O sentimento de perda levou-o ao suicídio em 1968, com 70 anos, em data coincidente com o 47o aniversário do afundamento.
Em outubro de 2000, o Congresso dos Estados Unidos aprovou resolução em que no registro do capitão McVay deveria constar a menção de que "... ele é isentado pela perda do Indianapolis...". O Presidente assinou a resolução, que observa tambem que, embora várias centenas de navios de os EUA Marinha tenham sido perdidos em combate na II Guerra Mundial, McVay foi o único comandante a ser levado a corte marcial em decorrência de naufrágio.




Afundamento do USS Indianapolis segundo o Comandante do Submarino IJN I 58
Tonelagem de navios aliados (Cruzador Pesado) afundado pela IJN na WWII