BATALHA DO MAR DE BISMARCK
SITUAÇÃO
23 de dezembro de 1942. O comando Japonês decide transferir 100.000 soldados para a Nova Guiné. A tropas operariam em Lae e Salamaua, então bases de ataque a Port Moresby, onde era esperado uma ação aliada.
O deslocamento de tropas, por mar, além de demorada, envolveria um grande volume de navios. No final de fevereiro de 1943 foram destacadas para a operação as 20ª e a 41ª Divisões de Infantaria.
Um primeiro comboio, da Marinha, levando 6.900 soldados foi formado com 8 navios de transporte de tropas escoltados por 8 destróier. Aproximadamente 100 caças, baseados em terra, dariam cobertura ao comboio, o qual tinha como limitador a baixa velocidade (sete nós -18 Km/h), do transporte mais lento.
FORÇAS ALIADAS
No sul da Nova Guiné, avisados pelo serviço de Inteligência, as forças aliadas, estavam preparadas impedir a operação.
Esquadrões de bombardeiros B-25 da USAAF e Beaufighters Australianos (RAAF) treinavam ataques empregando a técnica “skip bombing” (os aparelhos soltavam suas bombas em altitudes ultra baixa - 60 a 90 metros - a 100 metros de distancia do alvo). Eventualmente as bombas quicavam no mar antes de atingirem o costado do navio alvo.
OPERAÇÃO
Na força nipônica, os destroier transportaram 958 soldados e os navio transporte de tropas 5.954. Compunham o comboio:
Destroier:
Shirayuki (capitanea), ( afundado) Arashio (afundado), Asashio (afundado), Tokitsukaze (afundado),Yukikaze, Asagumo, Shikinami e Uranami.
Transportes (força naval do exército – todos afundados):
Aiyo Maru (2.716 toneladas); Kembu Maru (950 toneladas); SS Kyokusei Maru (5.493 toneladas);Oigawa Maru (6.494 toneladas); Sin-ai Maru (3.793 toneladas), Taimei Maru (2.883 toneladas), Teiyo Maru (6.870 toneladas) e Nojima (8.125 toneladas).
As embarcações transportavam carga mista, distribuída de forma equilibrada entre eles, de tropas, equipamento e munição. Já o Kembu Maru transportava 1.000 barris de gasolina de aviação e 650 tambores de outros combustíveis.
Devido a rota, para atacar o comboio a força aérea aliada deveria sobrevoar a Nova Bretanha, permitindo a sua interceptação oriunda de bases aéreas japonesas. Contudo, na etapa final, o comboio obrigatoriamente deveria atravessar as águas restritas do Estreito de Vitiaz, o que revelou-se fatal.
Partindo de Rabaul, em 28 de fevereiro, o comboio foi avistado a 1 de março. No mesmo dia oito B - 17 foram enviados para ataque, frustrado por não localizaram os navios. Efetivamente o comboio ficou sob ataque aéreo nos dias 2 e 3 de março, complementado por ataque de barcos torpedeiros no dia 4.
BAIXAS
NIPONICAS
· Oito navios de transporte e quatro destroier, afundados.
· 6.900 soldados transportados. Apenas 1.200 chegaram a Lae.
· 2.700 soldados, resgatados por destroier e submarinos, regressaram a Rabaul.
· 69 aviões abatidos.
Como efeito direto da Batalha, os japoneses abandonaram as operações marítimas de superfície para reforçar Lae e Salamaua, levando finalmente a sua derrotada nas bases isoladas e sua expulsão da Nova Guiné.
ALIADAS
· Um bombardeiro B-17, em combate;
· Três caças P-38, em combate,
· Um B-25 e um Beaufighter, em acidentes.
· 13 tripulantes, 10 em combate e 3 em acidente. 8 foram feridos.
SOBREVIVENTES
Aproximadamente mil sobreviventes do comboio ficaram a deriva. Nas noites de 3 a 5 de março barcos PT e aeronaves atacaram as embarcações de resgate japonesas assim como os sobreviventes que se encontravam em botes salva-vidas ou no mar. A ação foi justificada com o argumento de que sobreviventes resgatados seriam devolvidos ao serviço ativo.
A 6 de março, os submarinos japoneses I-17 e I-26 recolheram 170 sobreviventes. Dois dias mais tarde, o I-26 encontrou outros 54, transportando-os para Lae.
18 sobreviventes chegaram a “Ilha de Kiriwina” sendo capturados pelo PT-114.
Outro grupo chegou a Guadalcanal, sendo mortos em confronto com uma patrulha americana.
Entre 8 e 14 de março, na “ilha Goodenough” os australianos encontraram e mataram 72 japoneses, capturaram 42 e descobriram 9 já mortos.
2.700 soldados foram levados para Rabaul por embarcações diversas de salvamento.
AVALIAÇÃO
Na operação os aliados utilizaram mais de 233 mil cartuchos de munição e 261.500 libras (aproximadamente 117.500 Kg) de bombas.
· Das 137 bombas lançadas a baixa altitude 48 atingiram o alvo.
· Das 387 bombas lançadas a média altitude 29 atingiram o alvo.
Os ataques de alta e média altitude tiveram o efeito, decisivo, de dispersaram a formação dos navios, tornando sua AAA menos eficaz. Os bombardeiros “Beaufighters” da RAAF foram especialmente eficientes na neutralização das defesas antiaéreas dos navios.
Já a tática de ataques, simultâneos, de aeronaves partidos de várias direções confundiu e sobrecarregou as defesas japonesas, tornando os bombardeamentos mais precisos, aumentando número de baixas.
Desta forma conclui-se que os resultados justificam-se pela conjugação destes fatores.
EFEITO ESTRATÉGICO
Esta derrota, não igualada em qualquer combate individual ocorrido, até então, nas operações da Nova Guiné, levou o chefe do Estado Maior do Gen. Imamura (comandante no Exercito da área) ao Quartel General Imperial, sendo então decidido:
> não haveriam novas tentativas de transportar, por forças navais de superfície, tropas a Lae.;
> seriam priorizadas operações na Nova Guiné, em detrimento da campanha nas Ilhas Salomão;
> o movimento da 20ª Divisão de Infantaria para “Madang” (Nova Guiné) foi adiada por dois dias. Seu destino foi alterado de para a “Baía de Hansa” (a oeste de Lae);
> submarinos foram disponibilizados para missões de abastecimento em Lae (porem não tinham capacidade de carga para abastecer adequadamente as tropas na região).
A 29 de março de 1943, uma operação foi realizada por quatro destroier japoneses os quais desembarcaram 800 homens em “Finshhafen” porem a crescente ameaça aérea aliadas levou à adoção de rotas alternativas ao longo da costa da Nova Guiné (Madang a Finschhafen) ou ao longo das costas norte e sul (Nova Bretanha a Finschhafen, e daí para Lae usando lanchas de desembarque). Utilizando-se destas rotas o restante da 51ª Divisão concluiu, em maio, a viagem para Lae.
A necessidade de transitar tropas e suprimentos desta maneira tortuosa causou imensas dificuldades aos japoneses na tentativa de conter o avanço aliado.Após a guerra, oficiais japoneses estimaram que aproximadamente 20 000 homens foram perdidos em trânsito entre Rabaul / Nova Guiné, fator significativo na derrota final do Japão, durante a Campanha da Nova Guiné.
Ainda como consequência dos efeitos do combate no Mar de Bismarck, em abril / 43, o almirante Isoroku Yamamoto utilizou recursos aéreos adicionais disponibilizados oriundos dos Grupos Aéreos embarcados em porta-aviões (desfalcando-os) para operar em Rabaul na “Operação I-Go” (ofensiva aérea destinada a destruir embarcações e aeronaves das forças aliadas na região Nova Guiné / Ilhas Salomão).
Nesta fracassada operação o próprio Alm. Yamamoto foi vitimado.
http://jogosdeguerrabrasil.blogspot.com.br/2012/08/desafio-batalha-do-mar-de-bismarck.html



